Como escolher um bom professor?



Não se influencie pelo nome da escola, mas sim pelo currículo do instrutor. Não é a cor da camiseta que faz o bom jogador. O fato de escolas em diferentes cidades operarem sob o mesmo nome e usarem o mesmo livro não significa que sejam iguais, muito menos que os instrutores sejam todos bons. O fundamental (além da vontade do aluno) é o instrutor, não o nome da escola nem os materiais de ensino usados. Linguagem é comportamento humano, e habilidade sobre uma língua depende de prática no convívio e no contato pessoal com quem falam esta língua com naturalidade e desenvoltura. Plano didático, regras gramaticais, livros, fitas, videotapes ou CD-ROMs, podem constituir-se num complemento interessante, mas pouco lhe ajudam a desenvolver a habilidade funcional de que você necessita.


O que é um bom instrutor?

Quando pensamos em aprender inglês, na grande maioria dos casos isso se refere a desenvolver habilidade funcional em inglês; não necessariamente adquirir conhecimento sobre sua estrutura gramatical, nem estocar frases-modelo decoradas. Portanto, quando falamos de professor ou de instrutor de inglês, na verdade estamos nos referindo a uma pessoa que saiba funcionar como agente desta língua e desta cultura que desejamos assimilar e que, consciente do que necessitamos, saiba nos ajudar a desenvolver essa habilidade. São três os aspectos que definem a qualificação de um instrutor, os quais se complementam e devem ocorrer simultaneamente.
  • Competência na língua e na cultura: A primeira e fundamental condição de um bom instrutor de língua estrangeira é que fale muito bem o idioma, com fluência e naturalidade, e que tenha plena familiaridade com a cultura estrangeira. Para isso, no caso do inglês, se não for um nativo, deve ter no mínimo 1 ano e meio ou 2 de experiência em país de língua inglesa e proficiência equivalente a TOEFL 600+. Pronúncia, ritmo e entonação corretos bem como propriedade idiomática são fundamentais para não transferir desvios ao aluno. Infelizmente, fica difícil para quem ainda não fala inglês distinguir nos outros uma boa pronúncia de uma pronúncia distorcida pela interferência da língua materna (sotaque, pobreza idiomática, etc.). Isso torna o principiante uma presa fácil de cursos menos sérios. Por isso é sempre recomendável procurar conhecer o inglês de seu futuro instrutor na presença de um amigo que fale inglês muito bem, ou bem o suficiente para saber reconhecer uma pronúncia autêntica. Improvisação, pobreza idiomática e desvios gramaticais também são limitações frequentemente observadas em instrutores de muitos cursinhos e também prejudiciais ao aluno.
  • Características de personalidade: Além de plena competência linguística e cultural, existem certas características de personalidade e habilidades no plano psicológico que são decisivas. O bom instrutor é normalmente descontraído, alegre, tem bom senso de humor, facilidade de relacionamento e sensibilidade para saber lidar com pessoas com diferentes graus de autoconfiança. Não é aquele que ostenta seu conhecimento linguístico e corrige o aprendiz; é aquele que desenvolve autoestima e autoconfiança no aprendiz. É aquele que desempenha um papel de facilitador, colocando-se num plano de igualdade e não de superioridade. É aquele que explora o plano afetivo e simpatiza com o aprendiz.
O bom instrutor é aquele que, ao perceber a realidade pela ótica do aprendiz, identifica, analisa e explica diferenças culturais. É aquele que se solidariza e se projeta dentro do aprendiz; que, em vez de livros e fitas, explora os pensamentos do aprendiz, seus interesses, seus valores e suas verdades, mesmo os mais íntimos, e ajuda o aprendiz a traduzi-los em linguagem precisa, correta e elegante. É aquele que se interessa mais pelo conteúdo da mensagem que o aprendiz tenta lhe transmitir do que nos desvios da linguagem utilizada. É aquele que apresenta a língua estrangeira na sua finalidade prática como meio de expressão, servindo ao aprendiz, e não levando-o a dobrar-se às regras e irregularidades da língua.
Tais habilidades muitas vezes fazem parte da natureza da pessoa, mas podem também ser desenvolvidas. Os aspectos psicológicos na relação ensino-aprendizado deveriam ser estudados e as respectivas habilidades treinadas, embora seja uma área pouco estudada e mesmo negligenciada pela maioria dos cursos universitários formadores de professores de línguas.
  • Qualificação acadêmica: É indispensável que o instrutor tenha clara consciência dos conceitos de language learning e language acquisition e desejável também que tenha conhecimentos de psicologia educacional, linguística comparada, diferentes métodos de ensino de línguas, fonologia e alguma experiência como instrutor.
Além dos cursos de Letras de universidades brasileiras, que oferecem estes conhecimentos em algumas de suas cadeiras, há os cursos profissionalizantes em TESL, TEFL, ou TESOL, do exterior. Destes, existem muitos, com uma diferença grande de custo, carga horária e qualidade. Há desde cursos online e cursos de 5 dias, até programas de um semestre oferecidos por universidades. Logicamente, quanto maior a carga horária, melhor, e, em geral, os oferecidos por universidades são melhores. Pode-se considerar de boa qualificação acadêmica o instrutor que tiver um Certification de universidade norte-americana ou canadense; ou um TKT, CELTA, CELTYL, ICELT da Universidade de Cambridge (Inglaterra). A mesma universidade também oferece o DELTA e o IDLTM, programas mais avançados que os anteriores.
Acima da formação em Letras e desses certificados profissionalizantes, vêm os mestrados em TESL, TEFL ou TESOL, qualificação ideal para diretores e orientadores pedagógicos de escolas. Mais recentemente universidades britânicas passaram a oferecer o TEYL (Teaching English to Young Learners), um programa de mestrado voltado ao ensino de línguas na infância.
Algumas universidades norte-americanas também oferecem programas de doutorado (Ed D e PhD) em TESOL, TESL, Second Language Acquisition, Applied Linguistics, e Educational Linguistics, os quais conferem ao candidato a mais alta qualificação existente atualmente na área de ensino de línguas. Atualmente existem nos Estados Unidos cerca de 165 programas de mestrado nessa área, e 29 de doutorado.
De uma forma geral, instrutores competentes normalmente trabalham por conta própria ou abrem suas próprias escolas independentes. Uma boa escola paga bem seus instrutores, exige uma graduação TOEFL mínima deles, dá-lhes liberdade de improvisar na sala de aula e terá interesse em publicar o nome e o currículo completo de cada um. Uma escola séria, em vez de expressões do tipo altamente qualificados, apresenta fatos assim: Fulano de Tal, TOEFL 624, TEFL Certificate da Universidade de Columbia, 3 anos de residência nos Estados Unidos, 5 anos de experiência no ensino de ..., etc.
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COMO FAZER UMA CITAÇÃO DESTA PÁGINA:
Schütz, Ricardo. "Como Escolher um Programa de Inglês." English Made in Brazil <http://www.sk.com.br/sk-como.html>. Online. 26 de julho de 2014.
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4 comentários:

Unknown disse...

Achei muito engraçada a imagem e bem interessante o texto, mas, na minha opinião, o mais importante mesmo é o próprio aluno, este sim, é o elemento que vai determinar o sucesso na aprendizagem.
Eu luto com todas as dificuldades para aprender Inglês: leio, me esforço o máximo para entender as músicas (ah coisa difícil!), quando vejo um filme tento de todas as maneiras entender o que eles falam e vou por aí a fora.... tentando, tentando....
Agora vou dizer uma coisa: Não vou desistir nunca!!!! Todos aqueles que querem mesmo aprender Inglês tem que trabalhar, principalmente, por conta própria.

Unknown disse...

Eu acho que independente da escola que vai se escolher ou mesmo se você vai ter aulas com professores particulares… o mais importante antes de começar é que vc tenha consciência de que tem que estudar, se dedicar … não tem outro jeito … na verdade, os alunos querem aprender a se comunicar em um outro idioma, mas não querem gastar tempo e dedicação. Aprender inglês não é tomar uma cápsula aula a aula e adquirir o conhecimento como se faz quando quer emagrecer ou adquirir peso … tem que ler, escutar, falar e ouvir … tem que ter disciplina … não adianta jogar a culpa no método ou no professor … a culpa é nossa mesmo … que não valoriza o dinheiro e o tempo que gasta quando está sentado lá ouvindo o professor.

Unknown disse...

.
E sempre vem a tona a velha pergunta:
O que é melhor: professor nativo ou brasileiro?
Que comparação horrorosa. Nada a ver. O bom professor é aquele que tem a CAPACIDADE de fazer com que seus alunos FALEM E ENTENDAM inglês. Independe do professor ser nativo ou não.

Unknown disse...

Meus parabéns pelo blog!
Apenas discordo do ponto que o professor precisa ter viajado para um país falante do idioma para ser considerado de alta qualidade. Eu mesmo nunca viajei a lugar algum fora do Brasil, mas tive contato com muitas pessoas de outros países, e pela internet. Sem falar que tenho acesso a programas televisivos como CNN e seriados de TV em inglês e eu considero que meu inglês está ótimo.

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