Indo à aula para ler
Leitura evoca silêncio, concentração, passividade, inércia.
Seriam essas características compatíveis com uma aula na atual sociedade do conhecimento e da informação?
Ou podemos e devemos abolir a leitura da sala de aula de língua estrangeira, que deve ser sempre dinâmica e convidar à ação, à reação e à interação?
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6 comentários:
O assunto caiu na hora certa pois, há dois dias atrás, comemorou-se o "Dia Nacional do Leitor". Deixo aqui uma frase do romancista e ensaísta francês André Maurois, que tem tudo a ver com o dia 7 de janeiro, bem como com o tema aqui proposto: "A leitura é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde".
Estruturas gramaticais e vocabulário devem ser trabalhados de maneira contextualizada. Assim sendo, a leitura de textos é imprescindível numa aula de língua estrangeira: extratos de histórias em quadrinhos, jornais, revistas, entrevistas, diálogos, etc. podem ser a base para compor um corpus que permitirá aos alunos atribuir significado às estruturas e léxico abordados. Há etapas que devem ser desenvolvidas para levar à compreensão do texto: atividade de antecipação do assunto, previsão do vocabulário, discussão sobre a temática envolvida e sobre os aspectos culturais, identificação da ideia central do texto, compreensão de novas palavras apoiando-se no contexto, etc. Tudo isso, longe de ser passivo e silencioso, pode propiciar uma discussão dinâmica e uma aula interativa.
Escolher textos dentro da área de interesses dos alunos proporciona um ambiente mais amigável e descontraído, além de grande motivação.
Oi Alberto! Você apresentou com muita propriedade estratégias para tornar os alunos aptos a ler textos no novo idioma. Eles aprendem a ler para, em seguida, ler para aprender... aprender sobre, entre outras coisas, novas culturas e realidades.
Concordo com você, Joaquim, os temas dos textos devem fazer jus aos interesses do aluno. E não podemos esquecer também que cada indivíduo tem a sua maneira própria de aprender. Assim sendo, devemos variar os gêneros textuais. Por exemplo, devemos propor textos com tabelas, desenhos, gráficos, etc. (Cf. Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner).
Decorar vocabuário e regras gramaticais não é a melhor maneira de desenvolver a habilidade de leitura. A melhor maneira é desenvolver o gosto e o hábito de ler. Cabe ao professor aguçar a paixão de ler. Isso começa com a escolha dos textos, passa pelas estratégias de leitura desenvolvidas em sala de aula e culmina com aulas dinâmicas e interativas. Citando Joy Jansen:
"As estratégias de leitura podem ser definidas como planos para resolver problemas encontrados na construção do significado do texto" (Teaching strategic reading).
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